terça-feira, 19 de abril de 2011

Angelus




Senti aqueles olhos sobre mim
Pareciam grandes, curiosos
Mas quando eu os encarava
Ficavam miúdos...


Ficamos assim, por nos olhar...
Por horas, dias, anos talvez!
Não sei ao certo, o krónos não
Estava presente ali,
Não havia passado
Tampouco ambicionava
O futuro ser...


Palavras também não pertenciam
Àquele lugar
Gemidos sim, sussurros...
Sons da alma
Canções do coração
Gritos do âmago,
Da essencialidade...
Lágrimas incontidas,


Inaudíveis aos que não tem
Ouvidos para ouvir...
Invisíveis aos que não tem
Olhos para ver...


E ficamos por requestar-nos...
Houve um momento em
Que arrisquei falar,
Quanto esforço para sair minha voz!
Lembro-me que cheguei a sentir medo,
Voz embargada...
Espírito como que embriagado...
Tanta emoção...


Pupilas dilatadas
Com ruídos trêmulos
Laringe estorricada,
Balbuciei e questionei:
-Porque viestes aqui?
-Porque lança seu olhar com olhos miúdos?
E suas asas me envolveram...
Em laços de abraços
Leves e macias como plumas
Resistentes e fortes como diamantes...


Só então entendi a razão dos olhos miúdos...
É assim que os olhos ficam quando os lábios sorriem largamente!


By Andreia Bossoes
Minha foto
São Paulo, Brazil
Mulher, em busca de harmonia com Deus, consigo e com o próximo. Amante das artes em suas diversas expressões, poesia, música, fotografia... Amiga da alegria e da beleza que há na vida! Valorizo pessoas e seus sentimentos, em detrimento à coisas e posições. Busco o entendimento da plenitude que há em um sorriso, um olhar, um abraço ou uma palavra que demonstre Amor!